segunda-feira

Neoindustrialização traz desafios de inovação para o Brasil



Com o recente texto da Nova Indústria Brasil (NIB), apresentado em janeiro pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), a nova política pode trazer melhorias significativas e mais desenvolvimento produtivo para a indústria brasileira. A proposta do governo é de que, até 2033, ocorram mais ações sustentáveis e de inovação, para ampliar a competitividade do setor.

Conforme a proposta, está definido o valor de R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026. Este investimento deverá ser utilizado para o cumprimento de metas do Plano de Ação 2024-2026, para áreas prioritárias que englobam todos os ministérios do CNDI e do setor produtivo nacional.

Com a visão de estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento, entre as ações previstas estão as linhas de crédito especiais, os recursos não-reembolsáveis, ações regulatórias e de propriedade intelectual, e uma política de obras e compras públicas.

O Brasil tem grande potencial. Apesar disso, ainda precisamos de mais incentivos para a indústria. Sabemos que existe grande complexidade no cumprimento de ações como as citadas acima uma vez que há a expectativa de que a neoindustrialização traga mais desenvolvimento sustentável e melhoria na produtividade, nas exportações e na oferta de empregos.

Os programas da neoindustrialização apresentam alto potencial com oportunidades para crescimento da economia, ao mesmo tempo em que é preciso aumentar a produção dos produtos. Também é necessário ter um olhar atento para a economia verde já que este é um grande desafio para encontrarmos, por exemplo, energias limpas e recursos renováveis e reutilizáveis, durante o processo produtivo.

Mais que nova política, é preciso integração com o comércio exterior e a adoção de estratégias eficazes, que contribuam para a melhor estrutura industrial no Brasil. A inovação de produtos tecnológicos e com energia limpa, por exemplo, além de diferenciais competitivos, são melhorias possíveis para o Brasil exportar ainda mais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o governo brasileiro está no caminho certo ao lançar uma nova política de neoindustrialização. Segundo a CNI, a Nova Indústria Brasil é um instrumento moderno e vai fomentar a neoindustrialização, com foco no desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação e comércio exterior.

Como o CNDI tem a ver com a nova política industrial

De acordo com o governo federal, serão R$ 300 bilhões para financiamentos destinados ao plano até 2026. Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, de diferentes fontes de recursos e redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil.

Nos moldes do Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo no ano passado, a Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os trabalhos até 2033. Foram definidas áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações que envolvem a união dos integrantes do CNDI, tanto governo como setor produtivo nacional.

Missões anunciadas pelo CNDI

Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética;

Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde;

Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades;

Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade;

Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para futuras gerações;

Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.

A meta é conseguir autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para fortalecer a soberania nacional, com prioridade nas ações para o desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.

O Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou o programa Brasil Mais Produtivo, em uma parceria de várias instituições para a transformação digital brasileira. Coordenado pelo MDIC, o programa vai destinar R$ 2,037 bilhões para o engajamento de 200 mil empresas, das quais 93,1 mil receberão atendimento direto.

O investimento no ciclo econômico pode beneficiar a indústria e comércio conjuntamente, além de incentivar o desenvolvimento tecnológico de micro, pequenas e médias empresas, pois o comércio que viabiliza a venda dos produtos industrializados.

POR: Proativa Comunicação

Aumento das exportações evidencia a força do agronegócio nacional

 


Feaduaneiros avalia as projeções para o futuro deste

mercado que começou 2024 com tudo


Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de janeiro deste ano apontam crescimento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2023, somando US$ 27,02 bilhões. De acordo com o relatório do MDIC, a agropecuária brasileira teve aumento de 21%, totalizando US$ 4,29 bilhões.

 

Ao evidenciar a força do agronegócio nacional, alguns produtos se destacaram, com a elevação do envio de soja (191,1%), algodão bruto (106,5%) e café não torrado (aumento de 17,9%). Outros produtos, como o açúcar e etanol, também demonstram bons resultados.

 

Outros dados recentes da  Secretaria de Comércio Exterior (Secex) evidenciam que a balança comercial brasileira acumulou superávit de US$ 6,527 bilhões em janeiro - o que demonstra um aumento de 185,6% em relação ao saldo registrado no início do ano passado. Esse foi o maior saldo comercial para meses de janeiro desde o início da série histórica da secretaria, em 1989. O desempenho foi resultado de exportações de US$ 27,016 bilhões, contra importações de US$ 20,490 bilhões.

 

Outro índice recorde para o início do ano foi a corrente de comércio – representada pela soma entre exportações e importações e utilizada como termômetro da abertura de um país ao exterior – no valor de US$ 47,506 bilhões. Uma pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de US$ 7,350 bilhões para janeiro.

 

Em 2023, os produtos mais exportados pelo Brasil, durante o primeiro semestre, foram os dos segmentos da Indústria de Transformação, Indústria Extrativa e Agropecuária.

 

Estados brasileiros no topo das exportações em 2023

 

Segundo a Comextat, os estados brasileiros que mais exportaram em 2023 foram: São Paulo; Rio de Janeiro; Minas Gerais; Mato Grosso; Paraná; Rio Grande do Sul; Pará; Goiás; Santa Catarina; e Bahia. Com relação aos principais produtos, confira o ranking a seguir (Valor FOB US$):

 

1º Minério de Ferro: 42,2 bilhões

 

2º Soja : 37,3 bilhões

 

3º Óleos brutos de petróleo: 27,4 bilhões

 

4º Açúcares e melaços: 8,5 bilhões

 

5º Carne Bovina: 7,4 bilhões

 

6º Farelos de Soja: 7,2 bilhões

 

7º Óleos combustíveis de petróleo: 6,6 bilhões

 

8º Demais produtos - Indústria de Transformação: 6,4 bilhões

 

9º Carnes de aves: 6,3 bilhões

 

10º Celulose: 6,1 bilhões

 

Principais parceiros comerciais

Segundo o MDIC, em relação aos nossos principais parceiros comerciais, destaca-se o crescimento das exportações para China, Hong Kong e Macau (53,1%) e para os Estados Unidos (26,8%). Cresceram também as vendas para África (27,5%) e o Oriente Médio (42,5%).

Visão geral da Feaduaneiros com relação ao Brasil no cenário econômico de comércio exterior

O vice-presidente da Feaduaneiros, Welington de Jesus Victoriano, explica que o Brasil é a 13ª maior economia mundial, ocupando a 25ª posição mundial nas exportações. Nos últimos anos, o país registrou números importantes no cenário internacional. “Temos 72% do PIB do Mercosul, com um grande potencial na produção e exportação de commodities agrícolas do mundo”, afirma.

Ao avaliar o histórico recente, Victoriano demonstra otimismo com relação aos recordes das exportações. “O Brasil tem apresentado um baixo crescimento econômico nas últimas décadas, causando o aumento do desemprego e desigualdade social, porém estamos crescendo nas exportações de produtos agropecuários, e qualificando a sua mão-de-obra”, comenta Welington, ao destacar que existem projeções de mais crescimento das exportações nos próximos anos, pois o Brasil é uma potência em desenvolvimento.

Em janeiro, o açúcar foi outro produto que também se sobressaiu, com exportação mais que dobrada em relação ao mesmo período de 2023. Foram 553 milhões de toneladas comercializadas para outros países, resultando em uma receita de US$ 328,55 milhões (+196%).

O etanol acompanhou o ritmo do açúcar e teve elevação no volume exportado com alta anual de 3,2% e envio de 260,46 milhões de toneladas.  Em relação a dezembro do ano passado, apresentou recuo de 12,1%. 

POR: Proativa comunicação

Cinco motivos que fazem da agricultura irrigada uma atividade sustentável



 Neste Dia Nacional das Águas (22 de março), modernas tecnologias de irrigação surgem como um provável caminho para equacionar dilema entre segurança alimentar e preservação dos recursos hídricos

O mundo moderno vive hoje um sério dilema entre a necessidade de uma economia global que gere riquezas e benefícios para as pessoas, mas ao mesmo tempo preserve ao máximo os recursos naturais. A agricultura, por suas peculiaridades, é um dos setores em que mais se discute esse impasse entre produtividade, que neste caso está ligada à própria segurança alimentar do mundo, e sustentabilidade.

Nesse sentido, o uso racional dos recursos hídricos se apresenta neste 22 de março, Dia Nacional das Águas, como um dos maiores, se não o maior, desafio da moderna agricultura. O Brasil, como o terceiro maior produtor agrícola do mundo, pode ser considerado um país de vanguarda no uso e desenvolvimento de tecnologias de irrigação agrícola. De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , a agricultura irrigada representa 17% das áreas produtoras, porém responde por aproximadamente 40% da produção de alimentos do mundo.

O dado acima demonstra que as tecnologias de irrigação são o caminho muito provável no futuro de equacionar esse dilema entre produção e sustentabilidade. O técnico agrícola e gerente geral de irrigação do Grupo Pivot, Silvio Dias, explica que “a irrigação funciona como um seguro, garantindo a produtividade da lavoura , uma vez que o maior risco enfrentado pelos produtores é a falta de chuva”.

Mas se você ainda tem alguma dúvida de como a irrigação pode sim manter produtividade e ao mesmo tempo racionalizar o uso dos recursos naturais, Silvio Dias cita cinco razões que fazem da agricultura irrigada uma atividade sustentável, confira:

1) Muitos dizem que o investimento em irrigação, embora potencialize a produção, eleva o custo dos alimentos. Mas de acordo com o técnico agrícola Silvio Dias, é justamente por aumentar a produção é que a agricultura irrigada resulta numa maior oferta e consequentemente menor preço dos alimentos. “Com as soluções em irrigação que temos hoje pode-se aumentar em até três vezes a quantidade de alimentos produzidos na mesma área, garantindo assim uma disponibilidade maior de alimentos e consequentemente um menor preço”, explica o técnico agrícola. 

2) Muito também se fala do caráter expansivo e predatório da agricultura em larga escala. Mas, de acordo com o especialista da Pivot, é graças às modernas tecnologias de irrigação que é possível aumentar a produtividade de alimentos sem a necessidade de ampliar as áreas de cultivo. “A irrigação ajuda a diminuir a necessidade de abertura e desmatamento de novas áreas, uma vez que ela propicia produzir mais nas áreas já abertas”, afirma.

3) Segundo Sílvio, essa característica da agricultura irrigada, de não necessitar de grandes áreas para produzir, pode, inclusive, ajudar no combate aos atuais problemas causados pelas mudanças climáticas. O especialista lembra que uma das causas da crise climática é o desmatamento de áreas florestais. “Ao contrário do que era necessário antes, hoje com as  modernas tecnologias de irrigação, não há necessidade de derrubar florestas para plantar. Aliás, por meio da agricultura irrigada, é possível recuperar  áreas degradas pelo pasto e usá-la para o plantio”, esclarece o especialista.

4) Outra vantagem da agricultura irrigada, que a torna uma prática sustentável, é a possibilidade de cultivar determinados tipos de espécies vegetais em locais com escassez hídrica ou com baixa regularidade de chuvas, como em áreas áridas e semiáridas do nordeste brasileiro. “Numa única propriedade, e com o devido planejamento e por meio da agricultura irrigada, você pode plantar em qualquer época do ano e diferentes culturas,  onde não tem irrigação isso não é possível”, pontua Dias.

5) Com o uso mais racional e ao mesmo tempo eficiente dos recursos hídricos, a agricultura irrigada possibilita a produção de culturas com maior valor agregado, ou que tenham maior dificuldade de cultivo, como hortaliças e frutas. “Isso faz com que o custo na produção desses alimentos também baixe, usando a quantidade de água exata para o bom desenvolvimento da espécie vegetal”, pontua Silvio Dias.

POR: COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS

Atividades gratuitas movimentam o Museu de Brasília até o final de março

 


Dentro da programação do Brasília Photo Show, estão previstas vivências com fotografia, roda de conversa e oficinas


O mês de março, em Brasília, ganha novas cores e perspectivas com o encerramento do Brasília Photo Show, um evento que já se consolidou como um dos maiores Festivais de Fotografia da América Latina. Este encontro, aberto a fotógrafos profissionais e amadores, nacionais e internacionais, é uma celebração da arte da imagem que, ao longo de suas nove edições, recebeu quase 100 mil fotos de participantes de mais de 60 países, consagrando mais de 3.100 delas como vencedoras e resultando na publicação de oito livros com as fotografias ganhadoras.


O evento não poderia encontrar um palco mais propício para a suas atividades do que o Museu de Arte de Brasília (MAB), uma instituição que desde 1985 tem sido um ponto de referência para a apreciação das artes visuais na capital brasileira. Localizado às margens do Lago Paranoá, o MAB abriga não apenas um acervo significativo da produção artística local e nacional, mas também se tornou um espaço de diálogo e experimentação cultural.


Este ano, o BPS traz consigo uma série de atividades que prometem cativar e inspirar tanto os entusiastas da fotografia quanto o público em geral. Entre as iniciativas, destaca-se a homenagem especial a Aldivo Mendes e Wander Rocha, dois ícones do BPS que deixaram um legado marcante na comunidade fotográfica. Além disso, haverá uma exposição dos vencedores das Estatuetas de todas as nove edições do evento, proporcionando um mergulho nas narrativas visuais que marcaram o festival ao longo dos anos.

As oficinas oferecidas durante todo o mês de março são uma oportunidade única para todos os interessados em aprimorar suas habilidades e explorar novas técnicas. Desde oficinas de colagem fotográfica até visitas mediadas e experiências sensoriais para bebês, o programa abrange uma ampla gama de idades e interesses, conectando pessoas de diferentes perfis com o universo da arte e da cultura.


A programação do BPS e do MAB para o mês de março é uma ode à diversidade e à criatividade, um convite para todos aqueles que desejam mergulhar nas profundezas da expressão visual e expandir os limites da percepção. Que este encontro entre fotografia, arte e cultura continue a inspirar e emocionar públicos de todas as origens e idades, deixando um legado de beleza e significado para as gerações futuras.


Confira a programação completa até o fim do mês:


  • Semana da Astrofotografia:

    • 22/03: Observação noturna

    • 23/03: Observação solar e noturna

  • Semana da Fotografia Inclusiva:

    • 27/03: Roda de Conversa e Performances

  • Oficinas para Todas as Idades:

    • 15/03 - Oficina de Colagem Fotográfica

    • 16/03 - Oficina de Quebra cabeça para bebês; Oficina de Sumotori; Oficina de Colagem Fotográfica

    • 17/3 - Oficina de Sumi-ê; Visita Mediada “Fotografando o MAB”; Oficina de Antotipia

    • 23/3 - Oficina de Colagem Fotográfica

    • 24/3 - Oficina de Quebra Cabeça para bebê; Oficina de Origami/Kirigami; Visita Mediada “Descubra os caminhos da cultura japonesa na Exposição Dô”; Oficina de Colagem Fotográfica

    • 25/3 - Oficina de Bonecas Kokeshi; Visita Mediada “Fotografando o MAB”; Oficina de Antotipia

    • 29/3 - Oficina de Colagem Fotográfica

    • 30/3 - Oficina de Quebra-Cabeça para bebês; Oficina de Hanetsuki; Visita mediada “Descubra os caminhos da cultura japonesa na Exposição Dô”; Oficina de Colagem Fotográfica

    • 31/3 - Oficina de Brincadeiras Japonesas; Visita mediada “Fotografando o MAB”; Oficina de Antotipia

    • POR: ProativaC

No Brasil, desperdiçamos muita água e reusamos pouco

 



Até 2030 uso de água, que já é grande no país, deverá aumentar em 24%, porém apenas 1% da oferta deste recurso é oriunda de reaproveitamento. Na cidade de Hidrolândia, a 36 quilômetros de Goiânia, projeto pioneiro de fertirrigação em indústria de lacticínios mostra que é possível aumentar esse percentual de reuso

O uso da água potável no país deverá crescer 24% até 2030, superando a marca de 2,5 milhões de litros por segundo, segundo dados do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil. Embora sejamos uma das nações mais ricas na disponibilidade de água doce no mundo, abusamos dessa abundância natural e perpetuamos uma cultura do desperdício. 

Sendo assim, neste 22 de março, Dia Mundial da Água, os brasileiros tem pouco o que comemorar e muitos desafios pela frente, e um dos principais é o reaproveitamento da água, uma prática ainda pouco relevante no País. Para se ter uma ideia, segundo o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) “O Impacto Econômico dos Investimentos de Reúso de Efluentes Tratados para o Setor Industrial”, de 2018,  menos de 1% da oferta de água no país provém de reúso de efluentes tratados. Enquanto isso, em Israel, país que convive com a escassez desde sua origem, 70% da oferta vem da reutilização de efluentes. 

Estima-se que o reúso de água não potável seja de 2m³/s, uma vazão ínfima perto do total da água retirada no País, 2.083 m³/s segundo dados do estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, de 2018. A meta proposta pelo governo federal é que o reúso não potável direto no Brasil alcance 13 m³/s até 2030.

E é frente a esse desafio ambiental enorme que iniciativas como da indústria de laticínio Marajoara, localizada na cidade goiana de Hidrolândia, a 36 quilômetros de Goiânia, merecem ser aplaudidas e copiadas.  A empresa inaugurou recentemente um inovador projeto de fertirrigação desenvolvido em que direciona a água residual de seus processos fabris, que é tratada de sua própria Estação de Tratamento de Resíduos (ETE), para uma área de pasto vizinha à sede da indústria. 

“O nosso sistema de tratamento da água por flotação assegura uma eficiência superior a 90%, bem mais do que os 60% exigidos pela legislação ambiental. Com esse projeto de fertirrigação conseguiremos dar uma destinação mais sustentável para essa água”, diz o presidente do Grupo Marajoara, André Luiz Rodrigues Junqueira. O projeto recebeu reconhecimento nacional com o Prêmio Crea de Meio Ambiente.

Por meio de tubulação e bombeamento, os tanques de água tratada foram ligados a um pasto de 160 mil metros quadrados, situado a um quilômetro da indústria. A área foi dividida em 15 setores. Cada um recebe, em média, uma hora de irrigação por dia. Seiscentos aspersores foram instalados no local para lançar a água, fazendo com que cada gota seja muito bem aproveitada. Assim, mesmo durante a seca, o pasto mantém-se vertiginoso e o pecuarista consegue criar seis vezes mais cabeças do que no manejo tradicional.

Aquíferos
Da concepção do projeto até o início das obras para sua instalação, no fim de janeiro, foram necessários seis meses de estudos técnicos no solo da área e outros quase cinco meses para aprovação junto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). 

De acordo com a bióloga Daniela Souza Silva, diretora da Ecovel, empresa que assessorou ambientalmente a Marajoara, o projeto também, a médio prazo, servirá como um importante mecanismo de recarga dos aquíferos locais ou lençóis freáticos. “Com esse sistema de fertirrigação, parte da água é absorvida pela planta, no caso o capim do pasto, parte é evaporada e uma parte significativa vai para o lençol freático”, explica a consultora.

O projeto de fertirrigação é uma continuidade de um outro projeto de sustentabilidade da empresa, que é desenvolvido há pouco mais de dois anos a partir da ETE da Indústria: é o uso da biomassa, que é extraída dos efluentes após o processo de tratamento, virando fertilizante. Esse adubo é fornecido a pequenos produtores rurais em Hidrolândia. Rica em nutrientes importantes para o gado leiteiro, a mistura é aplicada no pasto dessas pequenas propriedades, assegurando uma produtividade e qualidade para alimentação dos animais, e o que é melhor, sem agredir o meio ambiente.

POR: COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS

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