A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciou na quarta-feira (6) a expulsão de oito diplomatas russos da aliança militar, sob acusação de espionagem no órgão. Como consequência, ainda reduziu pela metade a equipe de Moscou dentro de seu quartel-general, informou o jornal britânico The Guardian.
“Podemos confirmar que retiramos o credenciamento de oito membros da missão russa na Otan, que eram oficiais da inteligência russa não declarados”, afirmou uma fonte oficial sob condição de anonimato, acrescentando que a Otan também reduziu para dez a quantidade total de diplomatas que a Rússia pode credenciar na Aliança.
“A política da Otan em relação à Rússia permanece consistente. Fortalecemos a nossa dissuasão e defesa em resposta às ações agressivas da Rússia, ao mesmo tempo EM que nos mantemos abertos a um diálogo significativo”, ponderou.
Nenhuma explicação imediata foi dada para a decisão, que entrará em vigor no final de outubro.
Desde que a península da Crimeia foi anexada à força por Moscou em março de 2014, as relações entre Rússia e Otan estão estremecidas. Há também um desalinhamento sobre questões como o desenvolvimento de mísseis nucleares russos e intrusões aéreas no espaço aéreo da Aliança Atlântica. Tais fatores contribuíram para limitar as conversas oficiais nos últimos anos.
Já o principal mecanismo de diálogo, o conselho Otan-Rússia, está paralisado. “A Otan propôs realizar outra reunião do conselho da Otan-Rússia há mais um ano e meio, e essa proposta permanece. A bola está no campo da Rússia”, disse o oficial.
Leonid Slutsky, presidente do comitê de relações exteriores do parlamento russo, rejeitou as acusações contra os diplomatas, classificando-as como “infundadas”. O político também advertiu que a ação da Otan vai contribuir para a piora das relações.
Ele declarou à agência de notícias Interfax que Moscou poderia responder com medidas retaliatórias “assimétricas”, mas sem especificar quais seriam.
Relações cortadas
O governo russo se manifestou sobre o incidente nesta quinta-feira (7) e disse que a decisão da Otan de reduzir a missão diplomática da Rússia na entidade mina completamente suas esperanças de que as relações pudessem ser normalizadas, informou a agência Reuters.
Em coletiva, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que as ações da Otan não indicam a normalidade da relação e a retomada do diálogo. “Na verdade, essas perspectivas estão quase completamente prejudicadas”, lamentou.
Em 2018, após o episódio do envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal na cidade inglesa de Salisbury, a Otan retirou o acordo para a nomeação de sete funcionários acreditados para a missão russa para a aliança e negou os pedidos de acreditação pendentes para três outros.
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