sábado
Reforma tributária pode aumentar os preços de produtos da cesta básica, alerta especialista
Os produtos
que compõem a cesta básica são isentos de impostos.
A proposta de reforma tributária do governo manteve esta isenção de tributos,
mas alterou uma regra que
pode elevar o custo dos produtos na fase de produção.
É o que alerta o advogado
tributarista Breno Massa.
Essa preocupação de
alta dos preços ao consumidor, e, por consequência,
o aumento da inflação, entrou em questão depois que
o ministro da Economia,
Paulo Guedes, apresentou
o projeto do governo para
unificar o PIS e a Cofins em
um modelo de imposto sobre valor agregado (IVA),
referindo-se à Contribuição sobre Bens e Serviços
(CBS), com alíquota única
de 12%, considerada elevada por Massa.
Ele explica que, atualmente, a não-cumulatividade do PIS e da Cofins, assegurado por letra de lei maior,
visa inutilizar a cumulação
O comércio exterior brasileiro vem patinando nos últimos
anos, acompanhando o pífio
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é o
resultado da soma dos bens
e dos serviços produzidos no
País. Esse quadro, claro está,
é reflexo dos baixos índices
de crescimento dos últimos
anos, 1,1% em 2019, 2018 e
2017, depois de retração de
-3,3% em 2016 e -3,5% em
2015, consequência de uma
situação de escancarada corrupção e desperdícios que
corroeu a economia do País,
provocada por uma política
econômica inconsequente
promovida pelo partido que
esteve no poder por 13 anos
e meio (2003-2016).
Afinal, tomados por uma
megalomania e soberba sem
limites, os líderes do Partido dos Trabalhadores (PT)
agiram como se fossem donos do Brasil, cometendo,
para manter-se no poder,
as maiores barbaridades e
descalabros, gastando e desviando de forma perdulária
e irresponsável as economias do País, inclusive emprestando recursos, a fundo
perdido, a países sem a mínima condição de honrar
seus compromissos, como
Cuba, Venezuela, Uruguai e
Guiné Equatorial, entre outros. Para esses países foram
perdoadas dívidas, como se
o Brasil pudesse se dar ao
luxo de tamanha farra com
os dólares de suas reservas.
Como consequência,
o País foi jogado em uma
brutal recessão cujas consequências a população vem
pagando caro nos últimos
O Brasil e a epidemia de coronavírus
Artigo
n Milton Lourenço
anos, com salários aviltados, falta de emprego e
escassez de dinheiro para
as necessidades básicas,
inclusive alimentação. A
quantidade de desempregados é brutal, 11,7 milhões, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
enquanto milhares de jovens chegam ao mercado
sem a mínima perspectiva
de bons empregos e sequer
de qualquer ocupação.
Na Baixada Santista, a
exemplo do resto do País,
a situação é grave. Até porque uma parte relevante
dos trabalhadores santistas depende das atividades
relacionadas ao porto, que
estão diretamente ligadas
à evolução da economia.
Entre esses trabalhadores,
estão estivadores, doqueiros, consertadores, vigias,
conferentes, os denominados “trabalhadores avulsos”,
como também aqueles que
executam as atividades burocráticas das importações
e exportações, como os
despachantes aduaneiros e
seus ajudantes, agentes de
cargas, técnicos certificantes, inspetores e outros.
Dentro desse panorama, havia uma esperança
por parte do empresariado
e daqueles que se utilizam
do porto de que ocorreria
uma retomada do crescimento ao redor de 2,2%
em 2020 e de 2,3% em
2021, segundo projeção do
Fundo Monetário Internacional (FMI), que previu também uma alta de
3,3% da economia global
em 2020. Mas essas previsões já não se sustentam
porque os índices de 2019
foram desanimadores.
Para piorar, surgiu a
epidemia de coronavírus,
que está conturbando
severamente a produção
dos países afetados. As
exportações da China,
por exemplo, despencaram 17,1% nos primeiros
meses de 2020. Também
as importações chinesas
caíram 4%. Obviamente,
esse quadro registrado no
principal parceiro comercial do Brasil acabará por
influenciar negativamente
a economia nacional.
Com isso, os números
previstos para 2020, que se
apresentavam como promissores, passam por uma
reversão brutal cujas consequências ainda não se pode
calcular. Tudo vai depender
em grande parte do êxito ou
do fracasso no controle dessa epidemia, mas, levando-
-se em consideração que
a taxa do dólar em relação
ao real já chegou a R$ 5,32,
no horizonte da economia
brasileira por enquanto só
se vê nuvens carregadas.
Mas nem por isso se
deve continuar a acreditar,
como o fazem há mais de
50 anos os nossos líderes
políticos, que a fonte principal de todos os males do
Brasil é externa. Não é. Ou
seja: para sairmos do buraco, vamos depender (e
muito) também da competência do ministro da
Economia e de seus assessores. Esperemos.
Milton Lourenço
é presidente do Grupo
Fiorde, constituído pelas
empresasFiorde Logística
Internacional, FTA
Transportes eArmazéns
Gerais eBarterComércio
Exterior (trading company),
todas com matriz em São
Paulo e filiais em vários
Estados brasileiros. E-mail:
fiorde@fiorde.com.br. Site:
www.fiorde.com.br
das múltiplas incidências
destas contribuições nas
etapas da cadeia de produção. Assim, de modo contrário ao esperado pelo setor
produtivo, principalmente
do setor de bens e serviços,
o aumento da carga tributária, nos moldes em que
intencionado pelo projeto,
será nominal com a alteração da regra de isenção dos
produtos da cesta básica.
“Desta forma, considerando que a pretendida reforma extingue os regimes
de tributação de lucro real
e lucro presumido, pode-
-se dizer que o salto na alíquota incidental em caráter
geral (12%) acarretará na
majoração do preço do produto ao consumidor final,
vez que as empresas não
mais poderão aproveitar
os créditos dos insumos,
devendo efetuar o estorno
ao fisco, sobrelevando um
acréscimo no custo, que,
invariavelmente, é lançado
ao consumidor na ponta”,
avalia o advogado.
PROGRAMAS SOCIAIS
Massa ainda destaca
que a justificativa apontada
pelo governo é de que, apesar deste aumento da carga
tributária, ainda que haja
o aumento no preço final
do produto, haverá a restituição de tal acréscimo na
forma de benefício social.
“Assim, famílias de baixa renda que estiverem cadastradas, a exemplo, no
Bolsa Família (a pretensão
é criar um novo programa,
o Renda Brasil), poderão,
desde que realizada a compra com o fornecimento
imediato do CPF, ter o valor
do imposto restituído no
creditamento do valor ofertado pelo programa social
do próprio govern
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