segunda-feira
Uma oficina de carinho em prol da qualidade de vida
s poucos, as mães começam a chegar com seus
bebês à Unidade Básica de
Saúde (UBS) 1 do Guará. Elas
levam as crianças para uma
sessão de shantala, técnica
de massagem que ajuda os
pequenos a ficarem livres
de cólicas. As mãos suaves e
macias das mães começam
a deslizar pelo corpo dos pequenos. Eles ainda não conseguem falar, mas a satisfação
é visível em cada rostinho.
Durante a sessão, que
sempre é embalada por alguma música tranquila, alguns riem, enquanto outros
simplesmente relaxam e demonstram curtir o toque das
mães. As sessões duram de
20 a 40 minutos. A shantala,
método de origem indiana,
tem oferecido melhor qualidade de vida tanto aos bebês
quanto às mães e aos pais.
A professora Queilane de
Lima, de 36 anos, participa
pela segunda vez da sessão.
Mãe de Katarina de Lima Viana, de três meses, ela diz estar
gostando muito da técnica.
“É meu terceiro filho, mas o
primeiro com quem faço a experiência”, revela. “Ela é bem
nervosinha, e sempre fica relaxada. Quando está zangada
em casa, faço [a massagem]
e ela fica mais calma. Além
disso, solta os gases”.
O MÉTODO
Referência técnica distrital
(RTD) em shantala, a enfermeira Maria Panisson Kaltbach Lemos ressalta que, após a
mãe ou cuidador aprender a
técnica, a massagem passa a
integrar os cuidados infantis
de rotina, como amamentar
e higienizar, podendo ser praticada diariamente em casa.
Pessoas interessadas em desenvolver essa técnica, ofertada pela rede púbica do DF,
podem procurar os facilitadores habilitados nas várias
unidades de saúde.
“[A shantala] tem como
objetivo a promoção da
saúde integral infantil, colaborando com a nutrição, o
estímulo ao desenvolvimento e o fortalecimento das relações e de uma sociedade
mais harmoniosa”, explica
Maria. “As massagens são feitas pela mãe, e demais cuidadores do bebê autorizados”.
A massagem, segundo a
enfermeira, pode ser ofertada
na atenção primária, secundária ou terciária. “Em geral,
é indicada para crianças saudáveis a partir de um mês de
vida, mas pode ser indicada
em outras situações para
crianças acompanhadas pela
equipe de saúde”, pontua.
A especialista alerta, porém, que a massagem é contra-indicada nos três primeiros dias após a vacinação de
rotina e também em situação
de febre. “Nos casos de lesões,
doenças ou de suspeita de
doenças, deve ser suspensa a
massagem até que a criança
receba adequada avaliação e
liberação da equipe de saúde
que a acompanha”, frisa. Veja,
abaixo, algumas dicas de Maria Panisson para a realização
da shantala:
n A massagem é feita no
colo da mãe, que se senta
no chão, sobre um tapete
ou outro suporte;
n Entre a mãe e a criança
é colocado um pano limpo e macio;
n Não se pode deixar a
criança sentir frio, então
deve-se tomar cuidado
com as correntes de ar,
principalmente nos dias
de temperatura mais baixa,
podendo-se aproveitar alguns minutos de exposição
ao sol do início da manhã;
n A técnica de massagem é
necessariamente feita com
pequena quantidade de óleo
puro de origem vegetal, sem
adição de essências ou outras substâncias;
n Para a segurança da massagem, o bebê deve estar de
estômago vazio, antes da próxima mamada ou refeição.
EmanuelleCoelho /Ag. Brasília
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