terça-feira
Estímulo à exportação por jovens empresários é uma das metas do governo Ibaneis
Agência Brasília - O Distrito
Federal ocupa o 23º lugar
no ranking de exportações
brasileiras. É responsável
por apenas 0,1% do que é
vendido para fora do país.
Grãos e frango congelado
estão entre os principais
produtos, de acordo com
a Secretaria de Comércio
Exterior do Ministério da
Economia. De olho no
crescimento do setor industrial de Brasília, o Governo do DF quer abrir o
mercado para a instalação
de indústrias estrangeiras.
Mas também quer mandar para outros países o
que é feito por aqui.
O estímulo aos jovens
produtores, principalmente em serviços das áreas
de tecnologia, é um dos
focos do governo distrital.
À frente da Secretaria de
Relações Internacionais, o
embaixador Pedro Rodrigues tem como expectativa
elevar Brasília à 15ª posição
no ranking de exportações
nos próximos quatro anos.
Em conversa com a
Agência Brasília, o secretário conta um pouco do
que já vem sendo planejado e executado nestas primeiras semanas
de governo. Confira os
principais trechos.
Em que consiste essa aproximação do Governo do
Distrito Federal com empresários estrangeiros?
Na verdade, não se trata de uma aproximação.
Aproximação se tem, normalmente, com países. No
fundo, nós estamos sendo
receptivos a um interesse
crescente que observamos
e que abrange não só o
GDF, mas todo o Brasil. Na
medida em que as contas
macroeconômicas parecem se alinhar melhor –
uma atração em termos de
oportunidades –, tem-se
mais oportunidade de investimentos no país. E o
Distrito Federal reúne boas
condições para que uma
parte substancial desses
investimentos estrangeiros
que estão crescendo no país
– depois de alguns anos
com uma certa diminuição –, cresça e se expanda,
criando mais oportunidades de negócios, de empregos e outras atividades.
Quais as vantagens em se
abrir as portas para a economia de países como a
China e a Coreia do Sul?
Investimentos, que
significam não só a parte
dos recursos financeiros.
É o que chamamos de investimentos estrangeiros
diretos e que, na prática, se
convertem em fábricas, em
escritórios, em atividades
de construção de hotéis, de
lojas… seja o que for, geram mais atividades. Onde
se tem mais atividades é
melhor do que onde se tem
menos, principalmente no
momento em que se olha a
situação do desemprego no
Brasil – e que é muito grave. O Brasil precisa criar,
por ano, 1,2 milhão de empregos só para absorver a
massa de jovens que vão
chegando à idade de trabalho. E nos últimos cinco
anos os dados são lamentáveis. Então, trazer investimentos, sejam nacionais
ou estrangeiros, é positivo.
Criam-se empregos e oportunidades tanto para os jovens que não foram para as
universidades quanto para
os que estão saindo delas –
e muitas vezes sem encontrar um emprego que fará
aumentar a produtividade do país. Investe-se no
ensino para aumentar a
produtividade. Se não tem
emprego, no fundo vai alimentar o declínio e até a
emigração. Os jovens vão
procurar oportunidades
fora, quando poderiam
tê-las aqui dentro.
Que tipo de empresas
devem se instalar aqui
em Brasília?
Esta semana eu pedi
ao presidente da Codeplan, Jean Lima, um quadro sobre a capacidade
exportadora, em quais
setores a empresa brasiliense do Distrito Federal
e da região metropolitana
pode se expandir para o
exterior. Da mesma maneira, conversei com o secretário da Juventude, Leo
Bijos, sobre a articulação,
tanto na pesquisa quanto
na preparação de jovens,
com base no programa
Jovens Empreendedores,
ligado à Associação dos
Jovens Empresários.
O que Brasília mais exporta? Há um monitoramento desses potenciais exportadores?
Nós estamos fazendo
um levantamento com
base nos dados estatísticos.
Nossa pesquisa preliminar nesses primeiros dias
de governo é de que somos
exportadores de produtos
primários: soja, milho, uma
parcela de trigo e de frango.
Isso é importante, mas frequentemente a gente ouve
dizer que somos um polo
de desenvolvimento tecnológico, que novas startups
estão surgindo aqui e ali,
e com uma capacidade de
exportar produtos de maior
valor adicionado. É isso que
quero fazer: um levantamento dessas empresas de
ponta que estão surgindo.
Pode-se dizer que esse seja
o setor mais próspero e
ainda inexplorado?
Eu acho que a nossa
vocação básica, além da
agricultura, são os serviços como TI, produtos
de tecnologia, jogos…
Há casos, por exemplo,
de um jovem do DF que
nós estamos querendo
estimular, que após uma
visita à China, passou a
exportar pão de queijo. É
preciso criar as oportunidades porque a gente não
as conhece de antemão.
Estamos começando um
programa de contato com
embaixadas visando levar o jovem empresário
ou mesmo estudante para
torná-lo mais preparado
para a realidade do mercado internacional. Tipo,
como é o mercado (importador) da Bulgária? A gente pode levar grupos para
conhecer o mercado desse
país. Sem custo para o DF.
Muito se fala desse fomento à exportação, mas grande parte desses empresários é de médio e pequeno
portes. Por onde começar
esse direcionamento?
Nós acabamos de tomar conhecimento – e estamos buscando até participar – de um acordo entre
a Apex e o Ceub, que tem
por objetivo treinar o pequeno e médio empresário de Brasília para atuar
em exportação. Há muitas
áreas que podem gerar um
rápido resultado, mas as
pessoas precisam entender o mecanismo. Trazer o
Sebrae para ajudar nisso,
criando grupos de produtos semelhantes. Às vezes
se tem uma empresa pequena aqui, muitas vezes
até familiar, mas não se
sabe a demanda que ela
pode ter no mercado internacional. Tem produtos em Brasília que bem
explorados e com conhecimento dos mecanismos
de mercado podem transformar iniciativas pequenas em empreendimentos
maiores, que tragam mais
retorno para a cidade
e para quem os produz.
Nossa meta é trabalhar
para sair da posição de 23º
ente federativo exportador
para próximo do 15º.
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