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sexta-feira

Delegado muda sexo e quer ir para a Deam.

A delegada Laura de Castro Teixeira, 33, deve assumir uma das vagas em aberto do plantão da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia assim que puder retornar ao trabalho. Ela se recupera de cirurgia de mudança de sexo, realizada há cerca de três meses. Além disso, a delegada aguarda os trâmites jurídicos e burocráticos para mudança de nome e de registro civil. A Polícia Civil convocou coletiva na tarde de ontem para divulgar o apoio à delegada que, quando titular das delegacias de Trindade, Senador Canedo e Genarc de Porangatu, à época como delegado Thiago de Castro Teixeira, sempre prestou serviço com competência.
Laura entrou na Polícia Civil goiana em 2008 após concurso público. Delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Daniel Felipe Diniz Adorni destaca que o então delegado Thiago sempre atuou de maneira exemplar, com honra e lisura. Adorni disse que Laura foi transparente com relação ao plano pessoal e que foi oferecido a ela e aos familiares acompanhamento psicológico e de serviço social para que a transição pudesse ocorrer da melhor maneira. “Agora aguardamos a conclusão dos processos de mudança de nome e de registro para que, assim que estiver à vontade, volte ao trabalho.” Segundo Adorni, ao saber da vaga no plantão da Deam, Laura manifestou interesso, mas ainda não foi confirmado que ela irá para a especializada.
Ana Elisa Gomes Martins continua como titular da Deam e, segundo o delegado-geral adjunto, se disse favorável à participação da delegada no grupo. “É um plantão pesado e temos certeza de que ela atuará da melhor maneira, caso seja confirmada sua ida. A questão da mudança de sexo é íntima e pessoal. No que nos refere, profissionalmente, não vemos qualquer problema. O que não toleramos é um policial omisso, truculento e corrupto.”
No Facebook, a delegada inaugurou um perfil com o novo nome e novas fotos. Amigos elogiam a mudança expressiva. Na página, ela se diz solteira e a foto de capa é de uma fênix. Na mitologia grega, esse pássaro era sagrado e renascia das próprias cinzas.
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Vice-presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presidente da Comissão de Direito Homoafetivo da Seção de Goiás da OAB, a advogada Chyntia Barcellos elogia a postura da Polícia Civil. “É importante que a Polícia Civil tenha acompanhado os novos rumos da sociedade e esteja antenada com as mudanças.” Ela acrescenta que fica feliz com a possibilidade de presenciar as mudanças, especialmente por ser em Goiás o primeiro caso do tipo, especialmente quando notícias sobre mortes homofóbicas têm se sobressaído na imprensa nacional. Chyntia Barcellos acrescenta que, com a mudança de sexo, não irá afetar a situação jurídica de Laura e, por isso, ela poderá continuar com o cargo na Polícia Civil. “O que muda é o comportamento da sociedade em relação ao caso. Acredito que esta história incrível servirá de exemplo para outras pessoas que têm o mesmo desejo, mas preferem não mudar de sexo por convenções sociais.” Ela acrescenta, também, que o caso destaca a pluralidade da sociedade de hoje e representa, ainda, um grande avanço contra a homofobia e contra o preconceito.
Fonte: Ohoje.com

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