Famílias se revoltam com corpos deixados em chão de cemitério

Familiares de Rogério Jacobes, de 48 anos, e da agricultora Nelma Jerônima Lima Rodrigues, de 45, ficaram revoltados depois que os corpos dos dois foram deixados por mais de 15 horas no chão de um dos cemitérios de Jataí, sul goiano, aguardando pela perícia.As vítimas estavam desaparecidas desde o começo desta semana. Os corpos foram encontrados em uma mata, no assentamento Santa Rita, no município de Jataí, na noite de quarta-feira (14).“Estamos todos chocados, achando um absurdo, mas, infelizmente, não veio ninguém aqui para dar uma explicação, para dar alguma informação. Estamos todos os familiares aqui, revoltados”, lamenta o cunhado de uma das vítimas, Lourenço Adriano.De acordo com o delegado que está investigando o crime, Ederson Bueno, o fato dos corpos terem sido deixados ao relento no cemitério não tem ligação com a greve da Polícia Civil de Goiás, que já dura 25 dias. Ele, que falou em nome do Instituto Médico Legal (IML) da cidade, alega que o instituto não tem uma sala para periciar corpos em decomposição.“O prédio do IML aqui de Jataí não tem uma sala própria para esse tipo de exame. Nós temos aqui no IML apenas uma sala apropriada para a análise de corpos que ainda não se encontram nessa situação [decomposição]. Então, como nós não temos essa sala apropriada, leva-se para o cemitério e é feita essa perícia lá no local e lá mesmo o corpo já é liberado para a funerária, para que possa preparar o corpo para o velório”, alega o delegado.Duplo Homicídio De acordo com familiares que acompanharam as buscas pelas vítimas, os corpos dos dois estavam dentro de um buraco e cobertos com uma lona. “O meu filho acompanhou a retirada dos corpos e disse que os dois foram degolados depois de levar uma paulada na nuca”, conta a mulher de Rogério, Neusa Valdete da Silva.Os corpos foram periciados e enterrados no final da tarde desta quinta-feira (15). A Polícia Civil vai investigar o duplo homicídio.