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quarta-feira

“ERA CACHOEIRA, AGORA É BICA”




Galtiery Rodrigues =

A exploração de máquinas caça-níqueis pelo grupo do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira (foto), continua a todo vapor. Esta é uma evidência levantada pela investigação da Polícia Civil e pelo trabalho ostensivo da Polícia Militar. O aumento significativo das apreensões – em torno de 300 máquinas, nas últimas duas semanas – e a constante descoberta de novas casas de jogos, especialmente em Goiânia, mesmo após a Operação Monte Carlo, demonstram bem isso. Delegados atestam que são pessoas relacionadas ao empresário que têm mantido o controle da jogatina na capital.

Na noite de segunda-feira (23), o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar desarticulou cassino que vinha funcionando numa casa no Setor Nova Suíça. No local, foram encontradas 21 máquinas caça-níqueis e cerca de 20 pessoas, a maioria senhoras idosas e de classe média alta. Foram apreendidos também R$ 1.307 em dinheiro e o caseiro, Cláudio Martins Teles, morador de Aparecida de Goiânia, de 28 anos, foi levado ao 1° Distrito Policial, onde foi feito o registro da ocorrência. Ele era o único que estava no local e, na delegacia, falou pouco, sem citar nenhum nome.

O delegado titular do 1° DP, Izaías Pinheiro, afirma que, com certeza, as máquinas são do grupo de Carlinhos. “Não existe outra quadrilha agindo hoje em Goiânia. No máximo, podem ser pessoas distantes, mas de alguma forma ligadas a ele”, diz. Outro elemento que embasa a fala do delegado é que, segundo Pinheiro, não existe mais reposição de máquinas no mercado. O que está acontecendo é o retorno dos aparelhos antigos, os chamados “cachotões”, que não eram vistos há algum tempo. Eles haviam sido retirados de circulação e trocados por caça-níqueis mais modernos. Com as apreensões constantes dos últimos meses, o esquema do grupo teria ficado debilitado, perdendo o poder de articulação e de trocas recorrentes. “Era Cachoeira, agora é bica d´água”, ironiza Izaías.

Mais cauteloso, o delegado regional de Goiânia, Sidney Costa, esquiva-se de afirmar categoricamente se o grupo que persiste em explorar jogos de azar, em Goiânia, trata-se ou não do mesmo de Carlinhos Cachoeira. Ele diz, somente, que a apreensão da madrugada de ontem é um evento claro disso. E que, conforme o que as investigações evidenciam, esta é a única forma das pessoas ligadas ao empresário fazerem dinheiro. Além disso: “O que eles menos querem é que alguém ocupe o lugar deles no mercado. É natural que persistam para manter a área de atuação”, diz.

Recente apreensão feita pelos agentes do 1° DP, no entanto, confirma a situação. Izaías Pinheiro conta que nas últimas semanas lavrou termo circunstanciado de ocorrência (TCO), em que a pessoa ouvida diz que as máquinas são, sim, de posse do grupo de Cachoeira. “Não parou. Não existe outra máfia atuando em Goiânia”, assegura. Resta ao trabalho de investigação, agora, identificar os locais e os “cabeças” que mantêm a prática da atividade ilícita. O que se sabe é que eles estão adaptando as formas de abordagem da clientela para garantir a discrição.


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