Gangue das loiras usava nomes de filme durante sequestros. |
Wagner Gonçalves, 36, suspeito de integrar a "gangue das loira |
Wagner de Oliveira Gonçalves, 36, era procurado junto com outras cinco mulheres pela suspeita de participar de sequestros principalmente nas zonas sul e oeste de São Paulo.
O grupo foi descoberto com a prisão da primeira mulher, Carina Geremias Vendramini, 25, presa no dia 9. As outras mulheres são procuradas.
A quadrilha usava personagens do cinema para se identificar durante os crimes. Segundo o delegado Alberto Pereira Matheus Jr., titular da 3ª delegacia Antissequestro do DHPP, Gonçalves chamava as comparsas de "Bonnie", enquanto ele era chamado por elas de "Clyde", em referência ao famoso casal de criminosos cuja história virou filme em 1967.
Carina Geremias Vendramini, 25, presa no dia 9 |
Priscila Amaral, Silmara Lan, Franciely dos Santos, Vanessa Geremias Vendramini e Monique Awoka Scasiota são consideradas foragidas pela polícia. O grupo começou praticando roubos a condomínios e, desde 2008, atuava com sequestros-relâmpagos, de acordo com a polícia. Segundo Matheus Jr., o fato da maioria das integrantes serem loiras dificultou o mapeamento de toda a quadrilha já que as vítimas não conseguiam identificar as criminosas por elas serem relativamente parecidas.
Priscila Amaral, Silmara Lan, Franciely dos Santos, Vanessa Geremias Vendramini e Monique Awoka Scasiota são consideradas foragidas pela polícia. |
"Existe toda uma estrutura por parte delas para dificultar a identificação. Eu tenho muitos anos trabalhando com crimes contra o patrimônio e fazia tempo que não via um grupo tão organizado", disse o delegado ontem (20). Em depoimento, Carina negou os crimes e disse que pode estar sendo confundida com sua irmã, Vanessa. Ela disse ainda que Vanessa é amiga de infância de Monique, mulher de Wagner, e ele seria o responsável pela introdução das duas no "mundo do crime".
As Loiras conversavam pelo Facebook todos os dias. |
As abordagens eram feitas em estacionamento de supermercados e shoppings de São Paulo. Segundo o depoimento de Carina, o grupo também chegou a atuar em regiões nobres do Rio de Janeiro, como Copacabana. A polícia agora investiga se a atuação da quadrilha chegou ao Paraná, onde Carina morava com o marido.
Momento que uma das loiras preparavam o golpe em um condominio em São Paulo. |
De acordo com Matheus Jr., a ação sempre começava com um casal abordando a vítima --mulheres desacompanhadas-- no estacionamento. Umas das mulheres e Wagner se aproximavam armados enquanto a vítima colocava suas compras no porta-malas. Eles então a obrigavam a entrar no banco dianteiro do próprio carro e entregar joias, dinheiro, documentos, além dos cartões bancários.
Uma das loiras comprando em uma loja de um Shoppimg de São Paulo. |
O suspeito e a comparsa rodavam pela cidade com o carro da vítima enquanto uma segunda integrante do grupo ficava com o cartão de crédito para fazer as compras e saques. Segundo o delegado, as mulheres sempre agiam com mais agressividade, dando coronhadas e puxando os cabelos das sequestradas, enquanto Wagner se passava por "bonzinho", pressionando as mulheres a entregarem tudo o que tinham. Eles se comunicavam por telefone assim que as compras eram finalizadas e a sequestrada era abandonada próximo ao local onde foi abordada. Quando as vítimas não eram loiras, Monique, única morena do bando, fazia o papel da pessoa que usava os cartões nos estabelecimentos comerciais. De acordo com o DHPP, foram mapeados mais de 50 sequestros-relâmpagos parecidos com a ação da "gangue das loiras" na capital paulista e a polícia investiga a atuação no grupo nessas ações.
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